HISTÓRIA DO MUNICÍPIO DE IPUIÚNA

Com a demolição da Capela de Santa Quitéria, que ameaçava ruir, iniciou-se a construção da capela de São Benedito, a partir das doações do Sr. Luiz Bernardes. Sua construção teve início no final da década de trinta e término no início da década de 40. Em Junho de 1943, já havia uma comissão montada para angariar recursos para a construção da Matriz de Ipuiúna.

No dia 31 de dezembro de 1943, a partir do Decreto Lei 1.058, Santa Rita de Caldas se emancipou, passando a fazer parte de Caldas o distrito de Ipuiúna. A primeira manifestação política a se organizar na comunidade de Ipuiúna aconteceu em 24 de junho de 1945, quando foi criado o primeiro Diretório, Seção Distrital, filiado à Municipal, de Santa Rita de Caldas. Entretanto, o distrito ainda não possuía a infra-estrutura suficiente para se tornar município.

Entre 1947 e 1953, muitos esforços foram feitos na tentativa de se preparar o distrito para sua emancipação. Finalmente, em 12 de dezembro de 1953, a Lei 1.039 emancipou o município de Ipuiúna.

Após a instalação do município, a cidade passou a receber os melhoramentos que a comunidade precisava, mas inicialmente, a Prefeitura não dispunha sequer de prédio próprio para se instalar, funcionando em dependências improvisadas. Primeiramente funcionou na casa do professor Sebastião Costa, e posteriormente, foi transferida para um casarão de propriedade de Clodoaldo Dória Ramos. Ainda na primeira gestão do prefeito de Ipuiúna, José Geraldo Franco, foi entregue o prédio da Prefeitura, onde também foi instalada a Câmara Municipal e o Clube Literário e Recreativo Ipuiunense.

A paróquia de Ipuiúna foi criada em 08 de dezembro de 1958. Seu primeiro pároco efetivo foi o Padre Otávio Lourenço Santana, nomeado em 18 de janeiro de 1959.

As décadas de 40 e 50 também foram marcadas pela chegada de descendentes de italianos e espanhóis, em busca de clima adequado, altitude das montanhas e terras férteis, favoráveis ao cultivo da batata, cultura que começava a se desenvolver em Ipuiúna, responsável em grande parte pelo seu desenvolvimento econômico e urbano, sendo um dos principais produtos agrícolas produzidos pelo município até os dias de hoje.

Outro fator decisivo para o desenvolvimento do município foi a construção da rodovia Juscelino Kubitschek, em 1954, todo o trecho mineiro estava pavimentado, completando a ligação entre Poços de Caldas e a via Dutra. Com isto, tornou-se mais fácil o escoamento da produção de batata para os grandes centros, como o Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte.

Na gestão do prefeito Lucílio Ribeiro de Souza foi conseguida a autorização para a instalação do ensino médio em Ipuiúna. Isto só foi possível graças a ajuda do então pároco padre Maurício Pieroni. O curso foi instalado no prédio onde já funcionava o ensino fundamental, um edifício construído entre 1966 e 1970, através de um esforço conjunto da prefeitura, paróquia e cidadãos.

Neste mesmo período surgiu a festa de São Benedito, exatamente no ano de 1967, quando a comunidade negra se uniu sob a liderança do senhor José Inácio, e com o apoio do padre e prefeito e criou uma festa popular para comemorar a abolição da escravidão, simbolizada pela figura do santo homenageado. No início, a festa era totalmente popular, a receita que sobrava das doações para a festa era empregada na construção de casas para os menos favorecidos. A renda que sobrou da festa 1972 foi empregada na reforma do telhado da Santa Casa de Misericórdia e na aquisição da primeira fanfarra de Ipuiúna, que abrilhantaria as datas cívicas da cidade até os fins da década de noventa.

Em 1983, a festa de São Benedito crescera de forma espetacular, de uma simples festa popular da comunidade negra ela tinha se tornado uma festa de todos ipuiunenses e que atraía muitos visitantes de outras cidades. As barraquinhas de alimentação e de roupas se estendiam da praça Maria Cândida até a praça José Francisco Lopes em frente a matriz, os leilões cresciam a cada ano e geravam grandes somas em dinheiro. Foi neste momento que surgiu a figura do padre Raimundo Gomes de Oliviera, que chegara na cidade no ano anterior. O padre pediu que a organização da festa passasse para o controle da Igreja, para que esta colocasse a renda a serviço da comunidade através da construção de obras que beneficiariam o povo. Foi desta forma que a Igreja passou a controlar a festa de São Benedito.

A cidade de Ipuiúna destaca-se pela hospitalidade de sua gente, pelo clima ameno, pela nascente do Rio Pardo e seus recursos naturais, pelas comidas típicas mineiras, pelo artesanato de crochê e tricô, por sua grande produção de batatas, pelos seus ternos de Congo e Moçambique e suas festas religiosas. Dentre as mais importantes estão a festa de São Benedito e a festa da Apae, já citadas anteriormente, além da festa dos Padroeiros.

 

 

Fonte: Elaborado por, Marlene Forte – Membro do Setor do Patrimônio Cultural da Prefeitura e membro do Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural –  Carla A.do Val Dressler – Consultora Técnica

Liliana Batista Godinho – Consultora Técnica